23 de maio de 2010

O Ponto de Mutação

24 FU = RETORNO
(O ponto de transição, O ponto de mutação)

Retorno. Sucesso.
Saída e entrada
 sem erro.
Amigos chegam
 sem culpa.
Para adiante e para
trás segue
 o caminho.
Ao sétimo dia 
vem o retorno.
É favorável
 ter aonde ir.




"… O movimento é natural e surge espontaneamente. Por isso a transformação do antigo também se torna fácil. O velho é descartado e o novo introduzido. Ambos os movimentos estão de acordo com as exigências do tempo…
      Formam-se associações de pessoas que têm os mesmos ideais. Como tal grupo se une em público e está em harmonia com o tempo, os propósitos particulares e egoístas estão ausentes…
    A idéia de retorno baseia-se no curso da natureza. O movimento é cíclico e o caminho se completa em si mesmo. Por isso não é necessário precipitá-lo artificialmente. Tudo vem de modo espontâneo e no tempo devido. Esse é o sentido do céu e da terra."**



De acordo com o ponto de mutação, a vida segue como numa espiral ascendente. Passamos frequentemente por experiências semelhantes, uma sensação de loopping evolucionista, como numa tentativa inconsciente de evoluir nalguma falha antes cometida ou mesmo reviver alguma sensação passada; como se fôssemos cobaias dos experimentos de nosso próprio laboratório sem se dar conta disso. A evolução de cada um, porém, nem sempre ocorre de forma significativa.

Em referência ao blog “filosofruindo”, a onda de felicidade ante as coisas ditas novas do cotidiano são nada mais que repetições de descobertas. Se víssemos a situação com olhos reflexivos ao passado, as novidades já foram vivenciadas em outros rostos, olhares, sorrisos, lugares, cores, cheiros, paisagens, sons, frases… O que muda em cada experiência é o meio de propagação. A onda é a mesma.E isso nos leva à eufórica sensação da descoberta.

Vocês devem imaginar: quanta frustração, quanta descrenças nessas frases!

O problema – e talvez a solução pessoal - é que também sou cobaia de meu próprio laboratório – meu ser nesta vida. E ainda há um agravante – ser mulher. E por mais que queiramos lançar hipóteses racionais sobre o sentido da evolução, evolução no plano individual, também acabamos por nos iludir com a beleza de vivenciar cada momento, e ainda de acreditar na mudança das situações.

Começo e fim, quer no plano sentimental, espiritual, profissional, familiar, repetem-se. Mas hamos de concordar que a beleza das situações estão no desenrolar delas. Está “no meio”, no caminho de como chegar a B partindo de A, posto que evoluímos. Passa-se natal, brinda-se ano-novo, carnaval; comemora-se o novo emprego, a promoção, um novo relacionamento; seguem as viagens de julho, a primavera, os feriados, o verão.. E cá estamos novamente entretidos nos novos planejamentos de Ano Novo. Percebe-se?

Tudo muda, sem nada mudar. E a vida não passa de uma eterna repetição de inícios e fins.

Portanto, necessário se faz que vivenciamos esse meio entro o início e fim. Se refletirmos, saberemos de certa forma como terminará nosso planejamento caso sigamos uma linha pré-determinada. Mas qual graça terá esse fim se não ousarmos de modificar o caminho pelo qual passaremos? Estamos em constante evolução, ora mais, ora menos. E é justamente esse intermédio da progressão de nossas revivências que dirá o quanto evoluiremos a cada loopping.

** Wilhelm, Richard. I Ching – O livro das mutações. São Paulo: Pensamento, 1983, p. 91-92.

21 de maio de 2010

tirinhas de "um sabado qualquer"

Aos apaixonados...
Momentos de ironia, literalmente de um sabado qualquer...



Uma onda esse site! merece ser divulgado!

11 de maio de 2010

Mulher

"Sou feminina,menina,mulher..
A vida me ensina,a vida me é sina..
Sou fêmea,sou fama,sou filha,sou drama, da vida, oficina, 
Sou tudo que rima.
Sou quem desatina
Sou sina maior." autor desconhecido

1 de maio de 2010

É feia. Mas é uma flor.

Uma flor nasceu na rua! 
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço ...
Uma flor ainda desbotada 

Ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
Garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe. 

Suas pétalas não se abrem. Seu nome não está nos livros..
É feia. Mas é uma flor.

Furou o asfalto. O tédio. O nojo. O ócio.
É feia. Mas é realmente uma flor.
     A rosa do povo. C.D.A.


Eis o grande feito de A Rosa do Povo. Publicado em 1945, época marcada pela Segunda Guerra Mundial e Ditadura Vargas, Drummond mostra-se uma antena poderosíssima que capta o sentimento, as dores, a agonia de seu tempo. 
Seus versos acabam por dar-lhe uma potência fenomenal na análise social e existencial. Posto à margem do sistema, consegue ter uma visão mais clara e menos comprometida pela alienação dos que se preocupam em cumprir seus compromissos rotineiros.
No poema há um eu-lírico mergulhado num mundo sufocante, em que tudo é igualado a mercadoria, tudo é tratado como matéria de consumo. Em meio a essa angústia, a existência corre o risco de se mostrar inútil, insignificante, justificando a náusea, o mal-estar. Tudo se torna baixo, vil, marcado por "fezes, maus poemas, alucinações". No entanto, em meio a essa clausura sócio-existencial, o poeta vislumbra uma saída. Não se trata de idealismo ou mesmo de alienação. Não está imaginando, fantasiando uma mudança - ela de fato está para ocorrer, É o nascimento da rosa, símbolo do desabrochar de um mundo novo, o que mantém o poeta vivo em meio a tanto desencanto. 

http://www.sosestudante.com