20 de agosto de 2007

poesias dos sedutores

O sedutor pobre
Não tenho onde cair morto,
ando matando cachorro a grito
com uma mão atrás e outra na frente,
tou duro, tou na pior
tou chamando urubu de "meu louro"
numa merda federal,
com a corda no pescoço,
endividado até a alma
e entrando pelo cano.
mas, em compensação, te amo.


O sedutor médio
Vamos juntar
nossas rendas
e expectativas de vida
querida,
o que me dizes?
Ter 2,3 filhos
e ser meio felizes?


O sedutor rico
Esta sacada para o gran Canal
esta lua de cartão-postal
(o pôr de sol foi do Tiepolo)
este salão descomunal
e o mordomo, Manolo...
As lagostas do jantar
os filés e o manjar
o cheque sobre o réchau
das frutas do meu pomar
e os vinhos do meu château...
Um final de fantasia
pavê e ambrosia
junto com um grande apfelstrudel.
E ao fundo (covardia)
Márcio Montarroyos no flugel...
Na cama em forma de nau
ela não pôde conter um "uau"
de sacudir palazzo inteiro.
Não sei se foi meu know-how
ou a jóia no travesseiro
pois o chocolate suíço
os pavões e o serviço
o Rolls-Royce e este show...
Será que ela liga para isso
ou me ama pelo que sou?

Veríssimo...

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